O Instituto dos Advogados do Paraná (IAPPR) celebrou seus 99 anos com um jantar no Graciosa Country Club nesta quinta-feira (9/6). Durante a cerimônia, o IAP entregou o III Prêmio Francisco Cunha Pereira Filho de Liberdade de Expressão a Raphael Ramos Monteiro de Souza, autor do trabalho “Democracia em marcha: manifestações, pluralismo e cidadania no Brasil Contemporâneo”.

Lançado pelo IAPPR em 2009, o prêmio é uma homenagem ao ex-presidente da instituição, o advogado e jornalista Francisco Cunha Pereira Filho (1926-2009). Seu propósito é estimular a produção cultural e promover o debate de questões relevantes para a defesa e o aprimoramento do Estado Democrático de Direito.

Ao falar aos convidados, autoridades do mundo jurídico e do setor produtivo, o presidente do IAP, José Lúcio Glomb, destacou a importância da liberdade de imprensa. “É uma garantia contra a corrupção. Pela imprensa descobrimos os atos que levaram milhões de reais ao bolso de certos corruptos”, disse ele, ressaltando o fato de hoje no país não haver mais intocáveis. “A imprensa não pode ser limitada, sob pena de perdermos a própria liberdade”, completou. Glomb também enfatizou a importância do Dr. Francisco Cunha Pereira Filho como defensor das liberdades públicas.

Monteiro de Souza, vencedor do prêmio, falou sobre a importância das manifestações populares, tema de seu trabalho. “É preciso defender o direito das minorias. Hoje vemos um quadro de abusos, que fazem lembrar os períodos mais sombrios nossa história”, disse o premiado.
O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, presente à cerimônia, encerrou os discursos com uma fala em lembrou a origem da OAB Paraná. “O IAP é o pai da nossa Ordem. Ele estará sempre no nosso DNA”, afirmou Noronha, destacando o valor da liberdade de expressão como pilar da democracia.

“Qualquer atentado à liberdade de expressão é um atentado à advocacia. Somos sempre a primeira vítima dos desmandos de quem não aceita o pensamento divergente. Advocacia a reboque de um governo é invenção das ditaduras. Por isso, jamais deixaremos de estar ao lado das liberdades", sustentou. Além de Noronha, a OAB Paraná se fez representar no evento pela secretária-geral Marilena Winter.

Histórico

Na primeira edição do prêmio, cujo o tema era “Liberdade de expressão no Estado Democrático de Direito”, a vencedora foi Bianca Zanardi, com o trabalho que analisou a concepção da justiça difundida pelos meios de comunicação de massa. Na segunda edição, com o tema “Uma nova lei de imprensa?”, o vencedor foi Gustavo Osna. Seu estudo levantou possibilidades, limites e funções para a nova lei de imprensa

Monteiro de Souza, que inscreveu seu trabalho sob o pseudônimo de Umbabarauma, obteve média 8,83 dos jurados e conquistou o primeiro lugar, com prêmio de R$ 50 mil. Radicado em Brasília, onde trabalha na Advocacia Geral da União, o carioca é formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Presenças

Participaram do evento desta quinta-feira os ex-presidentes do IAP, Egas Dirceu Moniz de Aragão, Fernando Vidal de Oliveira, Alfredo de Assis Gonçalves Neto, George Bueno Gomm, Paulo Henrique Arruda Gonçalves, Rubens Edmundo Requião e Carlos Eduardo Hapner, e os ex-presidentes da OAB Paraná, Edgard Luís Cavalcanti de Albuquerque, José Hipólito Xavier da Silva e Newton José de Sisti.

Também estiveram lá o presidente do Grupo Paranaense de Comunicação, Guilherme Döring Cunha Pereira, e a diretora geral da Gazeta do Povo, Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, ambos filhos do inspirador do prêmio.

Outras presenças registradas foram as do jurista René Dotti; do presidente da Amatra 9, Paulo da Cunha Boal; do presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Ivan Bonilha; do vice-presidente da Associação Comercial do Paraná, Gláucio José Geara; do reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho; da presidente da Apajufe, Patrícia Panasolo; e do consultor da presidência e coordenador de jornalismo da Fecomércio, Ernani Buchmann.

Fonte: OAB/PR